Robótica 2019 deixa legado de inovação tecnológica para Sul do Brasil
Variadas
Publicado em 28/10/2019

Realizado pela primeira vez no estado, evento trouxe grandes debates e competições da área para a FURG

 

Com um público de aproximadamente 10 mil visitantes, o Robótica 2019 chegou ao fim neste sábado, 26. Nos cinco dias de atividades, o maior evento da América Latina sobre a temática trouxe ao Campus Carreiros da FURG estudantes e pesquisadores de todas as regiões do Brasil e de países da América Latina para fazer e debater a robótica.

Foram 1600 inscritos participando dos seis sub-eventos que compuseram o Robótica 2019. A 9ª Mostra Nacional de Robótica (MNR), com trabalhos de estudantes desde o ensino fundamental até a pós-graduação, contou com 131 trabalhos expostos; as finais da 13ª Olimpíada Brasileira de Robótica (OBR), com 384 estudantes de ensino fundamental e médio, e 510 participantes da 17ª Competição Brasileira de Robótica (CBR), que se somou à competição Latino Americana (LARC), com robôs produzidos pelo público universitário brasileiro e de países vizinhos. De caráter científico, ocorreram ainda a 10ª edição do Workshop de Robótico na Educação (WRE) e o 8º Simpósio Brasileiro de Robótica (SBR).

A coordenadora geral do evento, professora Sílvia Botelho, avaliou com entusiasmo o Robótica 2019. A integração entre a universidade e a comunidade externa foi um dos fatores que mais chamou a atenção da docente. Além disso, a presença de palestrantes internacionais, expoentes da robótica, nos simpósios e workshops, e o envolvimento das equipes de estudantes nas competições: “É onde eles colocam a mão na massa, transformam o que viram na sala de aula em realidade. O valor disso é difícil quantificar. O mais bacana é o que fica. As crianças pequenas que puderam ver tudo isso acontecendo e que sabem que dá para fazer”, ressaltou Silvia.

Ao final da manhã, os participantes puderam aproveitar um momento de descontração no horário de almoço com o show da banda rio-grandina Yorkshire.

A FURG no Robótica 2019

FURGBot é a denominação da equipe da FURG dedicada à robótica, em diferentes categorias. O grupo competiu nas categorias Campo de Futebol Small Size League (SLL) e Very Small Size (VSS) com o grupo FURGBol, @Home, com a robô Dóris do grupo ButiaBots, no Desafio de Robótica Petrobras, com a equipe Hydrone e no IEEE Standart Educational Kit (SEK) com a equipe FSek.

Para Pedro Pinheiro - engenheiro mecânico e estudante de Engenharia da Computação da FURG - o momento antes do início do evento foi de muita ansiedade para os competidores. A equipe, que tem parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), participou do Desafio de Robótica Petrobras. “Já tínhamos o projeto, dentro do Centro de Ciências Computacionais (C3), de um drone híbrido, então quando soubemos desse desafio foi um estímulo para colocarmos o drone na rua”, disse. A equipe foi a vencedora do desafio.

Outro troféu conquistado pela equipe da casa foi na categoria @Home, em que o ButiaBots conquistou o terceiro lugar. Nessa modalidade, os robôs executam tarefas domésticas, em um ambiente que simula uma casa.

A estudante Mariana Piñeiro, do 4º ano de Engenharia de Automação, participa do FURGBot desde 2017. Ela atua na categoria de Small League Size do futebol de robôs e destaca que a troca com outras equipes durante o evento é um grande momento de aprendizado. “A gente não consegue ter todo esse ganho só participando dos projetos da universidade, ver o que pessoal tá fazendo é um ganho enorme e aí nos dá muito mais energia para seguir com o projeto ano que vem.”

O acadêmico Matheus Conceição, também da Engenharia de Automação, destaca que os três dias do evento representam um ano de muito trabalho, mas frisa: “vale muito a pena”.

Jardel dos Santos, que está no primeiro ano de Engenharia de Automação, também se envolveu com o FURGBot. Ele atua na equipe que disputou o IEEE Standard Educacional Kit (SEK). Neste desafio, robôs feitos com peças de lego precisam consertar uma tubulação. Apesar de não ter recebido troféu, na primeira fase da disputa, a equipe ficou em primeiro lugar, o que surpreendeu os participantes. “Foi sensacional participar. Eu sempre via na TV sobre a competição e sempre gostei de robótica, e agora consegui realizar esse desejo de participar”, conta Jardel. Ele também relata que com o grupo aprende para além da sala de aula, a partir da troca com outros estudantes e com a aplicação da teoria.

Futebol de robôs

Uma das modalidades de competição que mais chamou a atenção dos visitantes foi o futebol de robôs, na liga de humanoides. A equipe vencedora foi a Itandroids, do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA).

Otávio Henrique Ribas, aluno do primeiro ano de Engenharia da Computação da instituição, é um dos integrantes do time. A diversão de participar do evento se soma ao aprendizado, na avaliação do estudante. “Aqui é um momento de muita prática. Os robôs dão muitos problemas, e a gente precisa se dedicar a resolver, então trabalhamos muito mais. E é legal ver como as outras equipes trabalham, a gente aprende muito”, relata.

Tecnologias inovadoras

No Desafio de Robótica Petrobras a equipe do Instituto Militar de Engenharia (IME), do Rio de Janeiro, trouxe para a competição um drone que é resultado de uma pesquisa de doutorado. O autor, Ricardo Maroquio, não esteve presente, porque acompanhou o nascimento de sua filha, coincidentemente, no primeiro dia da competição. Mas seus colegas, ligados ao Programa de Pós-graduação em Engenharia de Defesa o representaram, com o trabalho que é desenvolvido no Laboratório de Robótica e Inteligência Computacional da instituição.

Todos os aparelhos que voam e que pesam acima de 250 gramas precisam de registro na Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para operar. O drone desenvolvido pela equipe do IME foi planejado para ser mais leve e, com apenas 216 gramas, não necessita da autorização da agência. Outra vantagem, explicam Leandro Pereira, que faz seu pós-doutorado na instituição, é a autonomia de vôo, que é de cerca de 30 minutos, enquanto os drones comerciais têm em média de 12 a 15 minutos de autonomia.

OBR

No último dia de competições, os participantes da 13ª Olimpíada Brasileira de Robótica (OBR) receberam um desafio surpresa: deveriam se unir em equipes aleatórias, respeitando a regra de um grupo de nível um e outro de nível dois. O objetivo do desafio rescue era realizar um novo circuito, para que o grupo do nível um levasse as vítimas até o campo do grupo nível dois, que realizaria o resgate.

O professor Franscismar dos Passos que acompanhou os estudantes da equipe Café-com-Byte V, da Escola Estadual Afonso Pensa Junior, de Minas Gerais, falou da importância dos estudantes participarem de momentos como este. “Eles aprendem a estudar, a ter disciplina. Assim eles têm um direcionamento para o futuro. Esse tipo de evento abre o olhar do estudante. Em 2012, a equipe foi competir no México, tudo isso por causa da dedicação deles”, acrescentou.

Premiação

Enquanto a manhã de sábado foi dedicada às finais, a tarde foi de premiação. Os ganhadores de cada categoria das competições Brasileira e Latino-americana de Robótica, da Olimpíada Brasileira de Robótica e da Robocup Júnior receberam troféus e celebraram. Em clima de festa e integração, o Robótica 2019 chegou ao fim com os premiados nas seguintes categorias:

RoboCup Jr

Soccer Open: Café-Com-Byte V, de Minas Gerais;
- Soccer Lightweight: Cypher Salles, de São Paulo;
- Rescue Simulation: Neo OpenSky, do Amapá;
- OnStage Preliminary: Fênix, da Paraíba;
- OnStage Advanced: Molibdênio, de São Paulo;

Olimpíada Brasileira de Robótica (OBR)

Inicialmente, foram premiados os destaques da fase teórica, por meio do minicurso ministrado durante o evento. Também foram premiados todos os competidores de nível 1 e 2, uma vez que a própria participação no evento é restrita à finalistas das competições regionais e estaduais. Por fim, foram distribuídos os prêmios extras nas seguintes categorias: Dedicação; Design; Diário de Robô; Inovação; Programação; Robustez; Estratégia de Resgate; e Responsabilidade Social e Divulgação Científica.

RoboCup

IEEE Open
- GED – US TA, da Colômbia;

IEEE SEK
- Titãs da Robótica, do Espírito Santo;

Soccer Humanoid League
- ITAndroids, de São José dos Campos;

Standart Platform League
- Jaguar, do Rio de Janeiro;

Soccer Simulation 2D
- ITAndroids, de São José dos Campos;

Soccer Simulation 3D
- Bahiart, da Bahia;

Small Size League
- RoboFEI, de São Bernardo do Campo;

@Home
- RoboFEI, de São Bernardo do Campo;

Very Small Size Soccer (3x3)
- RobotBulls – Inatel, de Minas Gerais;

 

Very Small Size Soccer (5x5)
- ITAndroids, de São José dos Campos. 

 

Acessoria de Comunicação/Universidade Federal do Rio Grande 

 

 

 

Comentários
Comentário enviado com sucesso!