Uma reunião na tarde desta quarta-feira, 5, na Prefeitura Municipal, apresentou detalhes do projeto da primeira biorrefinaria do Brasil, um símbolo da transição energética brasileira, iniciado pela Refinaria Riograndense. Felipe Jorge, diretor superintendente da refinaria, apresentou as fases iniciais do projeto, que marca mais um pioneirismo na empresa que nasceu em Rio Grande como a primeira refinaria de petróleo brasileira, em 1937. A prefeita Darlene Pereira recebeu o superintendente, acompanhada dos deputados Alexandre Lindenmeyer, federal, e Halley Souza, estadual.
O superintendente explicou que a biorrefinaria está em construção do conceito e projeto e detalhou cada uma das fases previstas. A empresa acaba de obter dos acionistas controladores a aprovação da fase 2, que trata do desenvolvimento e avanço dos projetos de engenharias e discussões comerciais.
“A aprovação de mais essa etapa valida o modelo robusto do futuro que estamos construindo para a Riograndense, com produção de biocombustíveis e químicos verdes, em um projeto com foco em sustentabilidade”, destaca Felipe Jorge. A decisão final do investimento deve ocorrer até o final do ano. Sendo aprovado, o cronograma de execução deve iniciar em 2026, com previsão de partida em 2028.
A Refinaria Riograndense será a primeira refinaria brasileira a produzir combustíveis 100% renováveis, tornando-se a primeira Biorrefinaria Brasileira. Em maio de 2023, a RPR foi a primeira refinaria do mundo a processar 100% de óleo vegetal em uma unidade de FCC, produzindo combustíveis e insumos petroquímicos como o propeno e bioaromáticos (BTX – benzeno, tolueno e xileno). A tecnologia foi desenvolvida no Centro de Pesquisas, Desenvolvimento e Inovação (Cenpes) da Petrobras. Essa operação levou à primeira produção e comercialização de Bio-GLP do Brasil.
Depois do sucesso do teste com carga 100% renovável, o segundo teste foi o coprocessamento de carga mineral com 5% de bio-óleo (matéria-prima avançada de biomassa não alimentar), também na unidade de FCC e com tecnologia da Petrobras. Com isso, a RPR se tornou a primeira refinaria do país a produzir combustíveis com conteúdo celulósico. O teste, concluído com sucesso no dia 17/02, coloca um novo patamar para o biorrefino mundial, possibilitando a produção de derivados típicos de petróleo a partir de madeira ou outros resíduos agrícolas altamente abundantes no planeta.
O projeto completo da Biorrefinaria Riograndense compreende também a produção de combustíveis avançados a partir de ésteres e ácidos graxos hidroprocessados, que permite a produção do chamado diesel verde (HVO), de combustível de aviação sustentável (SAF) e da nafta verde, e compreende a instalação de unidades com capacidade de processamento anual de 800 kta de matéria prima renovável (óleos vegetais, gordura animal e UCO), com investimentos da ordem de US$ 950 milhões a serem aplicados em sua planta, em Rio Grande.
Ao final da explanação feita na Sala de Reuniões da Prefeitura, a prefeita Darlene Pereira e a equipe de secretários presentes e os deputados federal e estadual debateram algumas questões com o superintendente, acompanhado pelo gerente de Saúde, Segurança e Meio Ambiente Lucas Marques e por Andréa Amaral Muller, assessora de Responsabilidade Social e Comunicação da refinaria. O objetivo foi dirimir dúvidas, especialmente sobre meio ambiente, compensação ambiental, uso de matérias-primas naturais, e também buscar formas para apoiar e fazer avançar o projeto.
ASSESSORIA -- PMRG