EMEJA Paulo Freire completa um ano na formação de jovens e adultos em Rio Grande
18/06/2019 13:43 em Variadas

Uma escola andarilha

A Escola Municipal de Educação de Jovens e Adultos (EMEJA) Paulo Freire, conhecida como uma “escola andarilha” por atuar de bairro em bairro no município de Rio Grande, completa em junho um ano de atuação. Para a diretora da EMEJA, Flávia Gonzales pode ser a única nesse modelo no Rio Grande do Sul e no Brasil.

A inspiração para criar a EMEJA Paulo Freire começou com o projeto Educação para Pescadores, desenvolvido em Rio Grande com apoio de várias secretarias do governo municipal. O projeto atendia comunidades de pescadores, tinha a certificação do NEEJA (Núcleo Estadual de Educação de Jovens e Adultos) e a parceria de professores voluntários da FURG, conta a diretora. “Da possibilidade de levar a escola onde não existia uma de forma regular que oferecesse a modalidade EJA, surgiu a EMEJA Paulo Freire.”

Titular da Secretaria de Município da Educação (SMED), Vanessa Pintanel afirma que “a EMEJA Paulo Freire se configura como uma política educacional que enfrenta a baixa escolaridade e o analfabetismo em Rio Grande”. Ela acrescenta que “é uma escola que atua constituindo turmas nos locais onde a demanda se faz por solicitação da comunidade e, com isso, tem os sujeitos como protagonistas dos processos educativos”. Vanessa sustenta que os estudantes dão vida à escola entendendo a aprendizagem como uma construção feita no encontro com o outro.

Palavras reforçadas pelo prefeito municipal, Alexandre Lindenmeyer, que comemora a consolidação de mais um importante projeto pedagógico no município.

“Tenho orgulho em dizer que a escola pública de Rio Grande é de excelência. Eu não tenho dúvida nenhuma de que com essa proposta, que respeita e entende a história e o momento de cada comunidade, estamos transformando a vida de muita gente. Através da educação, da leitura e do conhecimento nós começamos a enxergar o mundo de forma diferente – e isso justifica um projeto tão importante para nós como esse”, completou.

A organização curricular da escola Paulo Freire funciona em blocos. São duas turmas em cada um dos três locais onde a escola atua. Um bloco atende os anos iniciais (1º ao 5º) e outro os anos finais (6º ao 9º). As sedes da Paulo Freire “andarilha” funcionam na Vila Mangueira, junto à escola municipal Ramiz Galvão; na Querência, na Associação dos Moradores, cujo local foi solicitado pelos próprios alunos, “por esse diferencial de pertencimento com a Associação”; e na EMEF Profª Zelly Pereira Esmeraldo, no bairro Cidade de Águeda. 

No final desse ano, formam-se as duas primeiras turmas da Paulo Freire, iniciadas em 2018, na Querência e na Vila Mangueira. No começo de 2019, como havia uma demanda no bairro Cidade de Águeda, foram implantadas duas turmas naquele bairro. Atualmente, sete (7) professoras  atendem todas as turmas de jovens e adultos (cerca de 70 alunos) na EMEJA Paulo Freire, nos três bairros.

Baixas renda e escolarização e o desemprego são características do público atendido pela Paulo Freire. “Apesar de tão distantes, eles (os bairros) têm as mesmas características socioeconômicas” e necessidades, explica Flávia Gonzales. Como as turmas acabam se integrando, a convivência possibilitou que experiências de um local fossem transmitidas para outro. A diretora cita o exemplo da Associação de Moradores da Querência, cuja inspiração motivou os moradores da Vila Mangueira a criar a sua entidade. “A Paulo Freire é madrinha dessa iniciativa”, comemora.

Traçar caminhos caminhando

O núcleo administrativo e pedagógico da Paulo Freire está localizado junto a Escola Municipal de Educação Complementar Escola Viva. Neste espaço de referência dos educadores, está situada a secretaria da escola onde, semanalmente, acontecem as reuniões pedagógicas.

Flávia Gonzales cita que existem outros bairros com demandas para a EMEJA Paulo Freire. Porém, “traçamos caminhos caminhando”. Ela lembra que, “quando a escola foi para a rua, em 2018, ir em dois bairros, com 19 quilômetros de distância de uma escola para a outra, foi uma ousadia”. Essa é a distância que as professoras têm que percorrer para completar o trecho entre as escolas, semanalmente, a fim de dar aulas na EMEJA. “É assim que funciona a Paulo Freire, em movimento”.

 

Acessoria de Imprensa/Prefeitura Municipal da Cidade do Rio Grande 

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