Exposição da Fototeca leva imagens do século XX para mesas do Mercado Público durante o Festimar
Publicado em 17/04/2025 08:21
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público que frequenta o Mercado Público durante o Festimar pode prestigiar nas mesas próximas ao restaurante, uma série de fotografias antigas que lembram o Rio Grande do início do século XX. As imagens fazem parte da exposição “Do Mar para o Suporte Fotográfico: a chegada da Canhoneira ‘Pátria’ em Rio Grande /RS”, que tem a curadoria da Fototeca Municipal Ricardo Giovannini, vinculada à Prefeitura do Rio Grande. 

A exposição, que faz parte da programação do Festimar, traz recordações da chegada da Canhoneira “Pátria” da Marinha Portuguesa, que foi construída a partir de recursos de portugueses que residiam no Brasil. A embarcação chegou ao Brasil em 1905 e em Rio Grande, no mês de novembro do mesmo ano e permaneceu até janeiro de 1906.

De acordo com a coordenadora da Fototeca, Gianne Atallah, quando chegou, a Canhoneira “Pátria” e sua tripulação foram recebidos pela população rio-grandina com uma extensa programação festiva organizada por uma Comissão de Festejos. Essa programação promoveu desfiles, apresentações, atividades esportivas e artísticas, banquetes e Batalha das Flores.

“Essa exposição mostra o valor potencial histórico e cultural do local onde é realizado o Festimar. A Rua Riachuelo e seu entorno são a identidade da cidade”, afirma. A mostra continua no local até o final do Festimar. Após, deverá ser exposta em outros momentos e em outros formatos devido ao seu valor simbólico. 

Canhoneira – contexto histórico

Na segunda metade do século XIX, em paralelo à difusão da propulsão a vapor, generalizou-se a fabricação de grande quantidade de embarcações de pequeno e médio portes para fins militares. Do ponto de vista técnico, as canhoneiras eram navios de guerra relativamente pequenos, com casco de aço e arsenal bélico relativamente grande.

Navios de guerra de grande porte, com maior poder destrutivo, eram mais caros e menos adequados do que as canhoneiras quando havia necessidade de atuação em águas rasas ou áreas restritas. Por isso, entre fins do XIX e início do XX, tais embarcações de menor porte tornaram-se predominantes nas ações de demonstração naval e patrulhamento de territórios coloniais. Sua utilização por várias potências imperialistas como forma de intimidação ou intervenção militar visava a atingir resultados que, em política externa, caracterizou-se como a “diplomacia das canhoneiras”.

A expressão designa um método amplamente difundido como instrumento de política externa das potências imperialistas da época. De acordo com a definição clássica de James Cable, trata-se do uso político de uma força naval limitada. Em outras palavras, a diplomacia das canhoneiras pode ser entendida como um método de intimidação ou intervenção militar por meio da mobilização de navios de guerra de pequeno e médio portes para, sem recorrer à declaração formal de guerra, perseguir objetivos nacionais. 

Tal método serviu à preservação de vantagens e à tentativa de evitar perdas. Na prática, a ameaça ou o uso efetivo de forças navais limitadas perseguiu objetivos de cobrar dívidas, garantir a ordem política ou/e social e preservar áreas de influência, colônias, mercados ou protetorados. (Extraído de: Dicionário Histórico – Biográfico da Primeira República 1889-1930 – Coordenação Geral Alzira Alves de Abreu, São Paulo: Editora FGV – CPPDOC, 2015, p. 1-8. Link https://cpdoc.fgv.br/sites/default/files/verbetes/primeira-republica/DIPLOMACIA%20DAS%20CANHONEIRAS.pdf)

ASSESSORIA FESTIMAR - PMRG

 

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